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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

#Brasileirão: Ponte aérea

Em meio a tantos jogos decisivos, a quarta-feira da 31ª rodada do Brasileirão viu o fator aéreo ser um grande diferencial para vários clubes. Não estamos falando das bolas alçadas na área, arma tão utilizada por muitos. Falamos mesmo é dos aviões, que tiveram um papel importante para os times contarem com suas estrelas que estavam servindo as seleções.


A lista não é pequena. Thiago Neves (Fluminense), Fernando e Marcelo Moreno (Grêmio), Leandro Damião (Internacional), Barcos (Palmeiras), Victor (Atlético/MG) e Neymar (Santos). Isso apenas na quarta-feira. A lista deve ganhar nomes como Jefferson (Botafogo), Dedé (Vasco) e Lucas (Sâo Paulo).

Para alguns times, a correria valeu a pena. Barcos chegou perto do começo da partida, fez bela jogada para o gol de Betinho, que deu a vitória ao Palmeiras. Neymar atuou quase todo o amistoso contra o Japão, viajou e fez um golaço, uma pintura no empate do Santos contra o Galo. Já o Grêmio deve ter sentido um pequeno arrependimento ao colocar Marcelo Moreno em campo, após ver o atacante boliviano ser expulso poucos minutos depois de entrar, no empate contra o Fluminense.

Porém, o que chama mais a atenção é que os clubes precisam se desdobrar e torcer para seus principais atletas concordarem em vencer o cansaço da atuação quase 24h antes, viagem e correria, para ajudar na reta final do Brasileirão. Um absurdo causado pela lambança de um calendário velho, que só beneficia a TV e ninguém mais.

É preciso mudar urgentemente isso.  A tabela do Brasileirão sai sempre depois do calendário FIFA. Mas a CBF insiste em colocar jogos nas mesmas datas. Já passou da hora de pensarmos uma forma diferente de organizar nosso calendário. Temos um dos campeonatos mais competitivos, mas somos um dos raros países que insistem em ter um calendário fora dos padrões europeus.

Não. Eu não quero dizer que devemos seguir porque são melhores que nós. Mas, pelo simples fato de que teremos os dois maiores eventos esportivos mundiais por aqui – Copa do Mundo e Olimpíadas - e teremos que pausar o Brasileirão. Aliás, como tem ocorrido no caso de Copa.

Mudar o calendário e equivaler pelo menos em boa parte aos dos europeus e de boa parte do mundo. Diminuir a participação dos times da Série A nacional nos estaduais – ou diminuir ao máximo os próprios estaduais. Utilizar uma janela de mercado igual aos da Europa – até porque os clubes perdem ou seus jogadores ou muito dinheiro com a situação atual.

Já passou da hora da CBF acordar. Já passou da hora até da Conmebol se pronunciar, fazendo a própria Libertadores seguir durante toda a temporada, assim como a própria Liga dos Campeões da Europa, e fazer a Sulamericana ser disputada ao mesmo tempo.

Utopia ou não, são mudanças necessárias. O fim do “mimimi” só virá se tivermos um calendário organizado e decente. O Brasileirão, tanto deixado em segundo plano, agradece.

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