Por Aldir Junior (Total Football)
MANCHESTER UNITED X ARSENAL
Quem acompanha o futebol inglês nota a curva descendente do Arsenal nos últimos anos. Dono de 13 canecos do Campeonato Inglês, os gunners tiveram a sua última conquista da Premier League na temporada 2003-04, conquistando de forma brilhante o título invicto, comandados por Henry e cia. Em 2004-05 o time da capital inglesa levantou a taça da Copa da Inglaterra, e de lá para cá nenhum mísero torneio oficial teve o Arsenal como campeão.
Após o fim da geração do título invicto, Arsène Wenger, comandante do time desde 1996, adotou a filosofia de contratar jovens jogadores e investir em times “para o futuro”. Alguns bons valores apareceram bem no clube, chegando a levar os londrinos a disputa do título de algumas temporadas, com um futebol vistoso, veloz e envolvente, porém, ganhando a fama de fraquejar nos momentos decisivos.
Esta secura de títulos e o fato do Arsenal “amarelar na hora h” tem a desculpa sempre de uma “inexperiência” do elenco, mas depois de tanto tempo, o jejum vem incomodando aos torcedores e também aos jogadores, que depois de se formarem como atletas, ainda jovens, buscam novos times, aonde teriam mais oportunidades de serem campeões.
Parece que o único a ainda apostar no método que não vem surtindo efeitos é o comandante do Arsenal. Wenger possui dinheiro em caixa e não contrata jogadores de um calibre maior porque não quer, o que já foi salientado por um dirigente do clube. Com as vendas de Fabregas e Nasri a Barcelona e Manchester City, respectivamente, na atual temporada, a crise se agravou. Um time sem criatividade, entregue, feio, e sem perspectivas, esse é o Arsenal de 2011-12.
O clássico contra o Manchester United só confirmou o momento nebuloso passado pelos gunners. Um começo até animador fez com que os torcedores visitantes tivessem um pouco de esperança. Muitas jogadas criadas e finalizações para o gol, porém, a falta do poder de definição e um sistema defensivo frágil penderam para o time mais organizado, mais preparado, mais time, no jogo.
Welbeck e Young pintaram o sete na zaga gunner, e Rooney, em linda cobrança de falta fechou o marcador do United na primeira parte do jogo, destruindo por completo quaisquer oportunidades de reação, massacrando e sempre em busca de mais gols. O Arsenal ainda teve uma penalidade desperdiçada por van Persie, em grande defesa de De Gea. No último giro do relógio os visitantes diminuíram com Walcott.
Com uma equipe fraca e desmoralizada em campo, e sem opções no banco, restou a Arsene Wenger assistir sua equipe ser simplesmente trucidada em Old Trafford. Rooney, em nova cobrança de falta magistral; Nani, de cavadinha; e o coreano Park marcaram, somando 6x1.
Apagado, Van Persie diminuiu um pouco mais o vexame, mas Rooney, de pênalti e Young, novamente, trataram de ampliá-la ainda mais. Finalizado o certame, 8x2 para o Manchester United, que aplica a maior goleada da história do clássico.
Ao Arsenal, resta tentar juntar os cacos para tentar a primeira vitória no campeonato, enquanto a batata de seu treinador esteja assando ainda mais.
TOTTENHAM X MANCHESTER CITY
Em outro duelo entre londrinos e um time de Manchester, nova goleada, desta vez o Manchester City foi o encarregado da humilhação. O duelo diante do Tottenham, em Londres, colocava frente a frente as duas equipes que duelaram por vagas na Champions League nas duas últimas temporadas.
Com Modric em campo pela primeira vez após os fortes rumores de transferência do croata ao Chelsea, recuperado de lesão, os Spurs enfrentavam um City que promovia a estréia de Nasri, ex-Arsenal.
As escalações foram ousadas de ambos os lados, e prevaleceu o melhor elenco, o jogo mais rápido e melhor definição. O meio campo ofensivo e sem marcadores, além de laterais fracos no combate aos adversários do time do norte de Londres favoreceu os visitantes, que se sentiam a vontade no White Hart Lane.
Usando e abusando da velocidade e contra-ataques, os citzens saíram do primeiro tempo com 2x0 no marcador. Na metade final, enquanto os londrinos buscavam tentar chegar ao gol, o Man City chegava, e sem dó nem piedade construiu um placar de 4x0. Kaboul, de cabeça, ainda diminuiu para o Tottenham, mas no finalzinho do jogo Dzeko, o nome do jogo com quatro tentos, jogou a pá de cal nos mandantes, finalizando a partida com 5x1.
CHELSEA X NORWICH
O Chelsea recebeu o caçula Norwich City no Stamford Bridge, e espera uma vitória sem dificuldade diante de seu torcedor.
Logo no começo do jogo o português Bosingwa abriu o placar com um golaço, e dava a impressão de que os três pontos viriam com facilidade. Porém, no segundo tempo, Holt, após saída errada do goleiro Hilário, aproveitou para empatar para os canários.
Mas a sorte voltou ao blues, quando Ramires sofreu um pênalti discutível, que Lampard cobrou e fez. No final, o estreante Juan Mata aproveitou falha da zaga adversária e guardou o seu também, fechando em 3x1 a partida.
Porém, o que mais chamou atenção durante os 90 minutos foi o choque entre o goleiro do Norwich, Ruddy, e o atacante do Chelsea, Drogba, que caiu desacordado. O marfinense foi levado ao hospital, onde ficou constatada uma concussão cerebral. Contudo, o atacante já passa bem.
LIVERPOOL X BOLTON
Os reds demonstraram que estão em ótima fase e que querem brigar pelo título, enfrentando o sempre perigoso Bolton no Anfield Road, em Liverpool. Com gols de Henderson, no primeiro tempo, e dois gols relâmpagos de Skrtel e Adam, a reação dos Trotters ficou praticamente impossível.
Nos acréscimos, Klasnic fez o gol de honra dos visitantes, mas não foi capaz de diminuir a festa dos pentacampeões europeus, que com o resultado chega a sete pontos em três partidas disputadas e está na cola dos clubes de Manchester no topo da tabela.
Demais resultados da rodada:
Aston Villa 0x0 Wolverhampton
Wigan 2x0 Queens Park Rangers
Blackburn 0x1 Everton
Swansea 0x0 Sunderland
Newcastle 2x1 Fulham
West Bromwich 0x1 Stoke City