O Sport fez por merecer. Começou o ano ganhando facilmente o Pernambucano. Mas, analisando hoje a situação dos principais times do estado, não foi nada demais. A eliminação frente ao Palmeiras na Libertadores gerou uma queda em qualidade e estrutura. Revelação de brigas internas, a saída de Nelsinho Batista, Paulo Baier, entre outros fatores, foram derrubando o rubro-negro. No fim, um elenco muito fraco, apostas erradas, trocas de treinadores. Ou seja: todo o enredo propício para a queda à Série B. Mais chocante é a imensa queda, do título da Copa do Brasil em 2008 e participação na Libertadores ao rebaixamento em 2009. É hora de rever tudo na Ilha.
Outro pernambucano, o Náutico, já vinha batendo na trave por alguns anos. Ano passado, por exemplo, escapou apenas na última rodada. Esse ano não escapou. Igual ao ano passado, começou bem o Brasileiro, chegando a figurar até no G4. Mas, assim como em 2008, o técnico saiu por proposta do Atlético/PR. Ano passado, foi com Roberto Fernandes. Esse ano, com Waldemar Lemos. E, assim como em 2008, o time teve uma queda imensa de qualidade. Geninho até tentou, mas era difícil. No fim, o Timbu até fez bons jogos, mas os resultados não vinham. E o rebaixamento veio. Justo pela falta de preparo.É o tipíco caso do "não aprendeu a lição". Será que a queda ensinou algo?
O Santo André chegou a Série A com um time "velho", apostando na experiência de alguns atletas e na base do time que conquistou o acesso na Série B em 2008. A equipe até foi bem no Paulistão e dava sinais de que não faria apenas um passeio pela primeira divisão. Começou o Brasileirão surpreendendo e chegou a liderar na segunda rodada. Mas o Ramalhão ficou no quase. Com o passar das rodadas, o time foi caindo. Para "ajudar", a direção resolveu demitir Sérgio Guedes. Foi o ponto que desencadeou a queda. O time demorou para entrar nos eixos, até conseguiu respirar nas últimas rodadas, sonhou com uma improvável salvação no último jogo, mas não deu. Porém, é só observar: uma equipe que depende dos gols de Nunes e das jogadas de Marcelinho Carioca, não tem muito o que se esperar.
Por fim, a queda do Coritiba. Sempre disse aqui que não acreditava na queda do Coxa. Por mais irregular que foi durante a competição, o elenco era bom e tinha no comando Ney Franco. Mas, a equipe paranaense caiu demais justamente na reta final. Foi fatal, pois veio de encontro com subida de Botafogo e Fluminense. Um grupo de bons valores cai para a Série B. A mesma base que chegou as semifinais da Copa do Brasil, mas que perdeu tempo após a eliminação, mantendo René Simões. E o ano do centenário fica marcado pela queda. Não entrarei na discussão dos vândalos que fizeram aquela batalha campal no Couto Pereira. O Coritiba é maior que eles.
Agora, os dois que se salvaram. Começando pelo Botafogo. Já disse antes. Penso que o alvinegro merecia mais cair do que o Coritiba. O Bota tem um elenco fraco. E ainda teve Victor Simões e Reinaldo visitando várias vezes o departamento médico do clube. Se no Carioca, a equipe era comandada por Maicossuel, a saida do meia-atacante quebrou o esquema do então técnico Ney Franco, que demorou demais para achar uma nova solução - aliás, não achou. Chegou Estevam Soares e quase nada mudou. No fim, Jóbson e o Botafogo conseguiram reverter a situação, venceu São Paulo e Palmeiras no Engenhão e se salvou. Por méritos próprios? Penso que mais pelos tropeços dos outros.
E o Fluminense. Esse sim fez por merecer. Quando todo mundo já jogava a pá de cal, o tricolor se reergueu. Enquanto matemáticos davam o Flu praticamente rebaixado, Cuca e companhia contrariaram. O jogo chave? Contra o Atlético/MG, então um dos líderes, no Maracanã. Boa atuação e vitória que trouxe a torcida ao lado do time. A partir dali, a equipe se acertou, ganhou padrão tático com Cuca e chegou ao incrível número de 11 jogos invicto. Incrível porque antes disso, o time só apanhava e somava apenas quatro vitórias. Fred, então chinelinho, voltou com tudo, marcando quase um gol por jogo. De bônus, quase veio o título da Copa Sul-Americana. Uma arrancada digna de sucesso. E foi isso que o Fluminense conseguiu.
Ano que vem, chegam Vasco, Guarani, Ceará e Atlético/GO. Que se preparem. Não é fácil se manter na Série A.
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