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quinta-feira, 2 de abril de 2009

Vitória morna

Incrível como a seleção brasileira anda sem graça. Nem contra o fraco Peru - aliás, a pior seleção dessas eliminatórias - o Brasil conseguiu jogar um futebol que, no minímo, empolgasse. Fez pro gasto. Nem de mais, nem de menos.

A equipe brasileira começou pra cima, pressionando um recuado Peru. Como era previsto. Luís Fabiano, aos 4, teve um gol anulado corretamente. Logo depois, passou pelo goleiro e a bola passou em frente ao gol. Dunga teve que queimar uma alteração aos 11, com a saída de Luisão, machucado, para a entrada de Miranda, que fez sua estréia. Aos 17, Luís Fabiano abriu o placar. Depois de ótimo passe de Daniel Alves, Kaká recebeu e sofreu pênalti. Fabuloso bateu e fez: 1 a 0. Jogando tranquilo, sem ser incomodade e abusando das jogadas pela direita, o segundo gol veio. Aos 27, outra vez Luís Fabiano. Ele recebeu - impedido - um cruzamento de Daniel Alves, matou no peito e mandou pras redes: 2 a 0. Kaká fazia o time rodar, Daniel Alves tinha um corredor pela direita, abusava das tabelas com o próprio Kaká, Elano e Luís Fabiano. O lateral direito teve duas ótimas chances dentro da área. Elano também quase fez o terceiro do Brasil. Miranda, depois de escanteio, mandou por cima. Kaká, de voleio, quase fez um golaço. Ou seja: estava muito fácil.

Eu esperava que Dunga viria pra cima no segundo tempo, com Pato no lugar de Elano ou um dos volantes. Mas, acho que esqueci que o técnico era o Dunga. Mesmo time, um pouco mais apático. Robinho, no começo da segunda etapa, quase fez um belo gol. Aos 15, Luís Fabiano cabeceou esquisito, mas forçou o goleiro peruano a fazer boa defesa. E, depois de uma "apagada" da equipe, veio o terceiro gol. Aos 19, Felipe Melo, mesclando técnica e raça, chegou na cara do gol e não perdoou. Bela jogada: 3 a 0 Brasil.

Pra não dizer que o Peru não atacou, aos 22, Fano mandou uma bola de longe e JúlioCésar, mesmo adiantado, tocou com a ponta dos dedos e viu a bola explodir no travessão. Fora um outro lance em que quase Lúcio fez pênalti, foi só. O susto valeu para - finalmente - Dunga mecher na equipe. Entraram Pato e Ronaldinho Gaúcho nos lugares de Robinho e Elano. O time ganhou movimentação, mas chegou poucas vezes com objetividade. Ronaldinho até tentou em duas cobranças de falta, mas Butrón salvou o Peru. Fim de jogo, 3 a 0 e uns timídos aplausos no Beira-Rio.

Atuações: Júlio César descansou. Quando apareceu, fez grande defesa. Daniel Alves foi o melhor em campo, disparado. Como soube explorar a fragilidade peruana. Apoiou como nunca, abusou das tabelas, apareceu como homem surpresa. Lembrou, finalmente, o Daniel Alves do Barça. Lúcio e Miranda foram firmes quando eram "levemente" pressionados. Kléber não comprometeu, mas só apareceu depois que Ronaldinho Gaúcho entrou. Antes, poucas vezes participou do jogo.

O meio-campo, tão contestado contra o Equador, foi bem. Embora que contra o Peru... Gilberto Silva ainda segue errando passes bobos, mas foi bem. A grande diferença: Felipe Melo jogou mais a frente a partida toda. Muito mais um segundo homem de meio campo do que um volante. É assim que ele sabe jogar. Foi assim que marcou seu primeiro gol com a camisa da seleção. Elano fez muito bem seu papel tático, como em outros jogos. E Kaká comandou o time no meio campo. Joga demais. Sem comentários.

No ataque, Robinho pouco fez, ou quase nada fez. Luís Fabiano, pelo contrário, fez. Além dos dois gols, incomodou, lutou, buscou jogo. Alexandre Pato poderia entrar antes. Ronaldinho Gaúcho também. Não tinha necessidade de esperar tanto para mecher. Ambos deram movimentação ao time, mas nada além.

Enfim: o Peru não joga nada, não serve de referência para dizer quem merece ser titular, convocado ou não. Porém, é visível que o Brasil não empolga mais. Nem mesmo contra um fraco adversário. Isso é preocupante. A última vez que vi a seleção empolgar foi naquel 4 a 1 contra a Argentina, em 2005. Mas, empolgar a torcida, nem ali. Já passou da hora de deixar de jogar os amistosos na Europa e mandar cada vez mais jogos aqui. O torcedor agradece.

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