





Vai começar a festa. A Copa do Mundo 2010 foi ansiosamente aguardada pelo torcedor, principalmente pelos fanáticos por futebol. De 2006 para cá, surgiram novos craques, outros se apagaram pelo caminho, Dunga seguiu como treinador e o favorito para o Mundial é a Espanha. Messi é o craque do momento, mas ainda existem dúvidas se arrebentará também na Copa. Enfim,como a própria coluna já pede, vou deixar meus “pitacos da Copa”.
Todos falam da Espanha. E com razão. Um bom elenco, um meio-campo de qualidade e um ataque de respeito. No comando, um bom treinador. Mas vale sempre lembrar o que aconteceu na Copa das Confederações. Assim como é bom lembrar o que aconteceu com os favoritos nas últimas Copas (por exemplo, França e Argentina em 2002, e Brasil, em 2006). Eu gosto muito do futebol apresentado pelos espanhóis até aqui, mas não coloco minhas fichas.
O Brasil também aparece como favorito. Aos olhos do mundo, pelo menos. Para o torcedor, nem tanto. Porém, os resultados alcançados desde 2006 com Dunga colocam a Seleção nesse patamar com direito. E a camisa pesa. Gosto de dizer que tudo lembra a seleção de 94. Nós sabemos bem como isso terminou.
Logo depois delas, vem as grandes: Inglaterra, Itália, Alemanha, França, Argentina, Holanda... Particularmente, estou esperando muito do “English Team”. Tem uma boa defesa, mesmo com a saída de Ferdinand por lesão. Possui um bom meio-campo, com Gerrard e Lampard, e trás na frente o ogro Rooney, vindo de grande temporada, mas também de contusão. Soma-se a isso um bom treinador: Fábio Capello. Eu não me surpreenderia com o bicampeonato na Terra da Rainha.
Itália, Alemanha e França não chegam com tanto barulho. A Itália tem uma equipe envelhecida e sem grandes destaques. Sem Ballack, a Alemanha vem remendada para o Mundial. Com Domenech como treinador, é difícil esperar qualquer coisa da França, mesmo tendo um bom time.
A Holanda promete mais uma vez um futebol de encher os olhos, com vários bons jogadores, mas ainda falta o peso na camisa. É, como sempre, a grande dúvida e esperança na Copa. Pode ser que surpreenda, pode como sempre ficar pelo caminho. Foi assim em 74, 78, 90, 94, 98, 2006... Desta vez parece ser um time mais bem organizado taticamente, mas com um elenco desgastado pela temporada.
Por fim, a Argentina de Maradona. Classificou nas coxas, é verdade. Mas é a Argentina. Junto à Inglaterra, é a minha aposta. Tem um elenco forte demais para ficar pelo caminho. O detalhe é que falta treinador. Se Maradona ouviu seus auxiliares e, principalmente, seu elenco, vai conseguir calar muita gente. Se Messi jogar metade do que pode, os hermanos vão longe.
Ah, pode anotar: teremos duas “zebras” entre os oito primeiros. É de praxe. Costa do Marfim, Estados Unidos, Sérvia e Chile são minhas apostas para aprontarem pela África do Sul.
Meus palpites para a primeira fase:
Grupo A: África do Sul, México, Uruguai e França
Grupo B: Argentina, Nigéria, Coréia do Sul e Grécia
Grupo C: Inglaterra, Estados Unidos, Argélia e Eslovênia
Grupo D: Alemanha, Austrália, Sérvia e Gana
Grupo E: Holanda, Dinamarca, Japão e Camarões
Grupo F: Itália, Paraguai, Nova Zelândia e Eslováquia
Grupo G: Brasil, Coréia do Norte, Costa do Marfim e Portugal
Grupo H: Espanha, Suíça, Honduras e Chile
E para você? Quem serão os quatro primeiros? As decepções? As zebras? Deixe sua opinião! Vem, Copa do Mundo!
Esta será a sexta Copa do Mundo que assistirei. Em 90, ainda pequeno, lembro pouca coisa, como a dancinha de Milla, de Camarões, após o erro do goleiro Higuita, da Colômbia e as defesas de Goicochea que levaram a Argentina para a final. Foram as primeiras impressões de que uma Copa do Mundo nunca passaria sem deixar o seu registro em minha memória.
Já em 94, ficaram na memória a grande atuação de Romário, o gol de Bebeto contra os EUA, o de Branco contra a Holanda e o tetra, claro. Mas, além disso, fiquei surpreendido com o goleiro belga Michel Preud’home, a última Argentina de Maradona, e as surpreendentes Romênia, Suécia e Bulgária. Foram grandes jogos. A Romênia eliminou a Argentina, a Bulgária tirou a Alemanha. Espanha e Itália fizeram uma batalha nas quartas-de-final. Lembro dos golaços de Hagi, contra a Colômbia, do "Maradona dos desertos", e de tantos outros momentos.
Em 98, permanece na memória alguns jogos, como o que a França derrotou a forte defesa paraguaia com um gol na prorrogação; ou a vitória da zebra Croácia sobre o bom time alemão; o golaço de Bergkamp que eliminou a Argentina e colocou a Holanda nas semi para enfrentar o Brasil; outro grande jogo, onde Taffarel pegou dois pênaltis e colocou a Seleção na final; e a final, claro, com o “caso Ronaldo” e o show de Zidane.
A Copa que mais acompanhei foi 2002. Por incrível que pareça, já que os jogos ocorriam madrugada a fora. Onde vi as favoritas França e Argentina ficarem pelo caminho. E o desacreditado Brasil ganhar a cara da “família Scolari”. Grandes jogos contra Bélgica e Inglaterra e uma atuação impecável contra a Alemanha na final, sempre comandados pelo trio Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo. Acompanhei também as zebras Turquia, Coréia do Sul (e da arbitragem) e Estados Unidos.
Por fim, 2006. Última Copa de Zidane, que quase levou a França nas costas para a final, perdendo para a também desacreditada Itália. Com direito a cabeçada em Materazzi. O Brasil, que encantava antes, ficou pelo caminho sem convencer ninguém. A torcida alemã fez uma festa, assim como a Alemanha fez uma grande competição. Parou na Azurra, no grande jogo da Copa. Outra sensação foi Portugal. Comandados por Felipão, os portugueses superaram a batalha contra a Holanda, se segurou contra a Inglaterra e parou nos franceses.
Que venha a Copa 2010. Com certeza, jogos, momentos e craques ficarão na memória de muita gente. Fatos que, para um amante do futebol, permanecerá por muito tempo em nossas mentes. Deixe nos comentários as suas memórias.
Está chegando a hora. O Brasil de Dunga estreia na próxima terça-feira contra a Coréia do Norte pela Copa do Mundo. E o período de preparação nos leva a perceber alguns pontos importantes, principalmente nas decisões do treinador para este período. Dunga analisou bem a preparação para 2006, e resolveu corrigir os erros de Parreira.
Começando pela convocação. Dunga privilegiou o grupo. Chamou os que foram bem com ele desde 2006, com raras exceções, como Grafite, Michel Bastos, Gilberto e Kléberson. Justamente os mais contestados. Não levou Adriano. Bom jogador, mas não vinha se cuidando como atleta. Se voltarmos quatro anos no tempo, veremos que Parreira levou Ronaldo, mesmo acima do peso e fora de forma. E foi criticado depois.
A fase de preparação também é diferente. Em 2006 vimos uma festa, com torcedores invadindo o gramado, muita folia na pacata cidade de Weggis, na Suíça. Em 2010, passagem rápida por Curitiba, pouco contato com os torcedores e o mesmo acontecendo no Randpark Club, em Joanesburgo. Dunga preferiu tirar a seleção de qualquer oba-oba e exigir concentração. Ele mesmo já havia criticado a preparação de 2006, quando era comentarista da TV Bandeirantes na última Copa. Disse, certa vez, que com ele não seria assim. E não foi.
O tratamento com a imprensa já é de costume. Muito criticado, ele culpa a imprensa pela cobrança feita pelo torcedor – e possui razão, de certa forma. Outro fator que mudou o acesso da imprensa com os atletas. Em conversa com amigos da TV Bandeirantes, certa vez, disse que a história de jogadores da seleção concederem exclusiva apenas para uma emissora (Globo) acabaria, assim como outros privilégios. Acabou.
Vale ressaltar também que o trabalho da imprensa nessa Copa está mais “organizado”, porém mais “chato”. Explico. Hoje, a assessoria libera um ou outro atleta para uma coletiva. Nada de entrevista após o treino, no gramado mesmo. Coletivas tornam as entrevistas mais “mecânicas" e, assim, mais chatas.
Voltando a análise, agora sobre os 11 titulares. A defesa é sólida, mas o problema é o lado esquerdo. Michel Bastos não marca bem e deixa um corredor nas costas. Nem Gilberto Silve e, principalmente, nem Felipe Melo realizam a cobertura corretamente. Aliás, Felipe Melo deve – tomara - perder a vaga para Ramires. Isso se Dunga tirar da cabeça que o jogador do Benfica é meia. Ramires é volante que tem boa saída de bola e velocidade. Seria perfeito para cobrir as subidas de Bastos. Elano fecha o meio, pelo encaixe no esquema tático de Dunga.
Kaká é a grande dúvida. Pensando que, em outros anos, a comissão técnica conseguiu recuperar jogadores vindo de contusões – como Rivaldo e Ronaldo em 2002 -, e até pela evolução nos últimos amistosos, podemos esperar que o camisa 10 esteja 100% nas oitavas-de-final. Fase que realmente importa. O mesmo vale para Luís Fabiano, mas o camisa 9 não foi bem nos amistosos.
Robinho tem o papel de fazer a diferença em jogos de muita marcação – como deve ser nos dois primeiros jogos, por exemplo. A empolgação do camisa 11 pode levar a isso. O problema de Dunga é: não tem qualidade no banco. Possui apenas duas opções confiáveis: Daniel Alves e Ramires. No mais, nada melhor do que os titulares. Talvez Nilmar. E só. É muito pouco. Não tem jogadores que permitam uma mudança tática na partida, caso necessário. Aí a responsabilidade de Robinho.
Por fim, vale também ressaltar: é uma equipe que lembra muito 1994. Primeiro pela insatisfação da torcida e da imprensa com o treinador – foi assim com Parreira, é assim com Dunga. Segundo pela falta de opções no banco. Em 94, por exemplo, Raí era o craque, mas não estava bem e deu lugar para Mazinho, que jogava de volante no Palmeiras. Deu certo e fomos tetra. Por que não pode dar certo novamente? É o que todos esperamos. Resta ficar na torcida.
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