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quinta-feira, 10 de junho de 2010

Pitacos na Copa: A preparação do Brasil




Texto original publicado no portal ehPARANÁ: http://www.ehparana.com.br/noticias.php?noticia=OTk2

Está chegando a hora. O Brasil de Dunga estreia na próxima terça-feira contra a Coréia do Norte pela Copa do Mundo. E o período de preparação nos leva a perceber alguns pontos importantes, principalmente nas decisões do treinador para este período. Dunga analisou bem a preparação para 2006, e resolveu corrigir os erros de Parreira.

Começando pela convocação. Dunga privilegiou o grupo. Chamou os que foram bem com ele desde 2006, com raras exceções, como Grafite, Michel Bastos, Gilberto e Kléberson. Justamente os mais contestados. Não levou Adriano. Bom jogador, mas não vinha se cuidando como atleta. Se voltarmos quatro anos no tempo, veremos que Parreira levou Ronaldo, mesmo acima do peso e fora de forma. E foi criticado depois.

A fase de preparação também é diferente. Em 2006 vimos uma festa, com torcedores invadindo o gramado, muita folia na pacata cidade de Weggis, na Suíça. Em 2010, passagem rápida por Curitiba, pouco contato com os torcedores e o mesmo acontecendo no Randpark Club, em Joanesburgo. Dunga preferiu tirar a seleção de qualquer oba-oba e exigir concentração. Ele mesmo já havia criticado a preparação de 2006, quando era comentarista da TV Bandeirantes na última Copa. Disse, certa vez, que com ele não seria assim. E não foi.

O tratamento com a imprensa já é de costume. Muito criticado, ele culpa a imprensa pela cobrança feita pelo torcedor – e possui razão, de certa forma. Outro fator que mudou o acesso da imprensa com os atletas. Em conversa com amigos da TV Bandeirantes, certa vez, disse que a história de jogadores da seleção concederem exclusiva apenas para uma emissora (Globo) acabaria, assim como outros privilégios. Acabou.

Vale ressaltar também que o trabalho da imprensa nessa Copa está mais “organizado”, porém mais “chato”. Explico. Hoje, a assessoria libera um ou outro atleta para uma coletiva. Nada de entrevista após o treino, no gramado mesmo. Coletivas tornam as entrevistas mais “mecânicas" e, assim, mais chatas.

Voltando a análise, agora sobre os 11 titulares. A defesa é sólida, mas o problema é o lado esquerdo. Michel Bastos não marca bem e deixa um corredor nas costas. Nem Gilberto Silve e, principalmente, nem Felipe Melo realizam a cobertura corretamente. Aliás, Felipe Melo deve – tomara - perder a vaga para Ramires. Isso se Dunga tirar da cabeça que o jogador do Benfica é meia. Ramires é volante que tem boa saída de bola e velocidade. Seria perfeito para cobrir as subidas de Bastos. Elano fecha o meio, pelo encaixe no esquema tático de Dunga.

Kaká é a grande dúvida. Pensando que, em outros anos, a comissão técnica conseguiu recuperar jogadores vindo de contusões – como Rivaldo e Ronaldo em 2002 -, e até pela evolução nos últimos amistosos, podemos esperar que o camisa 10 esteja 100% nas oitavas-de-final. Fase que realmente importa. O mesmo vale para Luís Fabiano, mas o camisa 9 não foi bem nos amistosos.

Robinho tem o papel de fazer a diferença em jogos de muita marcação – como deve ser nos dois primeiros jogos, por exemplo. A empolgação do camisa 11 pode levar a isso. O problema de Dunga é: não tem qualidade no banco. Possui apenas duas opções confiáveis: Daniel Alves e Ramires. No mais, nada melhor do que os titulares. Talvez Nilmar. E só. É muito pouco. Não tem jogadores que permitam uma mudança tática na partida, caso necessário. Aí a responsabilidade de Robinho.

Por fim, vale também ressaltar: é uma equipe que lembra muito 1994. Primeiro pela insatisfação da torcida e da imprensa com o treinador – foi assim com Parreira, é assim com Dunga. Segundo pela falta de opções no banco. Em 94, por exemplo, Raí era o craque, mas não estava bem e deu lugar para Mazinho, que jogava de volante no Palmeiras. Deu certo e fomos tetra. Por que não pode dar certo novamente? É o que todos esperamos. Resta ficar na torcida.

Acesse: www.ehparana.com.br

Um comentário:

Clítia Milagres disse...

cada técnico tem seu estilo e o de Dunga não agrada grande parte dos brasileiros, mas acredito que u pouco de prudência em relação a "festança" é bom, devido à ultia copa.
Vamos esperar e torcer para que o hexa venha

bjs