Tática.

Vamos falar dos principais jogos da rodada de meio de semana. Em destaque, as táticas montadas por Luciano Spalletti, da Roma, Muricy Ramalho, do São Paulo, e Renato Gaúcho, do Fluminense, para triunfarem em suas partidas. E é a prova que treinador influencia muito no resultado e faz um time ganhar pelo esquema tático. E uma rápida passada por outras partidas. Vamos lá.

- Começando pela Champions. O principal jogo da rodada era Real Madrid e Roma, os espanhóis jogavam em casa precisando de uma vitória simples para se classificar. O que os italianos teriam que fazer? Se defender? Aí entra Luciano Spaletti. A Roma não jogou recuada, jogou pra cima, como se precisasse fazer o resultado, começando pela escalação de Aquilani, que foi sem dúvida nenhuma o principal jogador da partida. E quando estava no segundo tempo, com 0 a 0 no placar, em fez de aí sim recuar, colocar um zagueiro e tal, Spaletti saca Mancini e coloca mais um atacante, Vucinic, que foi fundamental na vitória. Fato: se um time precisa de resultado de empate, deve segurar o adversário no campo de ataque, e não no de defesa como se cansa de ver. Pela inteligência e ousadia, a Roma está nas quartas-de-final. E pode ir muito longe

- Ainda pela Champions, tivemos a vitória já esperada do Chelsea sobre o Olympiacos por 3 a 0 (será que os Blues vão mais longe sem Mourinho? Eu aposto que sim), e a heróica classificação do Schalke 04 nos pênaltis sobre o Porto. Só falta Inter e Liverpool.

- Agora o jogo do São Paulo. O tricolor não vêm jogando bem, é visível a falta de um meia de ligação, que Hernanes e Fábio Santos não se entenderam ainda, que não encontrou o substituto de Breno. Ok. O Audax não é a mesmo que empatou as duas com o próprio São Paulo pela Libertadores no ano passado, é mais fraco no ataque. Vamos ao jogo. O duelo tático começou vencido por Raúl Toro, que colocou o forte zagueiro Rocco para marcar Adriano - o que fez muito bem - e apostou no contra-ataque, sempre conduzido pelos pés do habilidoso meia Villanueva. Já Muricy escalou mal seu time, querendo fazer com que Éder Luís fizesse o papel de Leandro no ano passado. Não funcionou. Tanto que o Audax fez 1 a 0 - com Villanueva - e jogava melhor.

Aí veio a expulsão de Rocco, que obrigou o Audax se fechar mais ainda. Mas ainda não foi o lance fundamental do jogo. Foi sim um chute de Éder Luís que tirou tinta do travessão. Motivo: Aloísio iria entrar em seu lugar, mas por um "estalar dos deuses", o treinador preferiu tirar Fábio Santos - péssimo no jogo. E foi aí que o São Paulo ganhou, num 4-2-4 literal, com dois pontas e dois centroavantes como nos bons tempos de 50 a 70.

- Por último a vitória de Fluminense. Essa tem motivo simples: a saída de Leandro Amaral. Explico: com a saída parcial do atacante (que deve ser definitiva pelo andar da carruagem), Renato Gaúcho escalou o time como deveria ser desde o começo, ou seja, com Conca e Thiago Neves na armação, Arouca de segundo volante. Simples. É notável que o time evoluiu muito nos últimos dois jogos e meio (segundo tempo da partida contra a LDU, mais os jogos contra Cabofriense e Arsenal). Sobre a goleada: que ninguém se atreva dizer que foi sobre um time qualquer. Só isso.

- Hoje o Flamengo tomou um sacode no Uruguai: 3 a 0 para o Nacional. E o Boca deu um sacode na Argentina: 3 a 0 no Atlas, com recorde de gols de Palermo com a camisa do time. E que vitória do Cruzeiro na quarta. Segurem o trem azul.

- E na Copa do Brasil, só dois grandes cairam: o Bahia foi derrubado pelo bom Icasa, o que não me surpreendeu muito. Mas, o Atlético/PR cair em casa contra o Corinthians/AL, nos pênaltis, depois de empate em 1 a 1 no tempo normal? Aí eu me surpreendo muito até.

Paro aqui. Até sábado com o resumo do fim de semana.