É campeão! O grito que estava engasgado finalmente saiu.
Como o urro de um gigante que esperava por muito tempo despertar. Um berro de
quem quer mostrar para todos que está vivo. Esse é o grito de campeão do
Palmeiras.
Não é o time dos sonhos de nenhum palmeirense. É um time
mediano, quase fraco, mas com peças que superam todos os limites. É a prova de
que grandes qualidades podem superar muitos defeitos. O Palmeiras foi assim.
O melhor de tudo isso: consagra mais uma passagem do
comandante alviverde. É um título com a cara de Luis Felipe Scolari. Felipão é
copeiro. O time jogou todas as fases de forma inteligente. Esperava para matar
o jogo fora. Jogava com o regulamento em casa. O vice-versa. O resultado:
campeão invicto. Nada simples em uma competição apenas de mata-mata.
O time tinha o jeito de Felipão. Explorava a bola parada,
marcava muito bem. Se faltava um bom cabeça-de-área, na hora mais difícil, o
técnico bigodudo teve a ousadia de colocar Henrique como volante. A loucura para
alguns mostrou-se sabedoria para todos. Henrique foi um dos principais
jogadores nas partidas decisivas.
Disse anteriormente que o Palmeiras era um time com mais
sorte do que juízo. Sorte? Quem vê apenas as vésperas das finais vai achar isso
uma piada. Apêndice de Barcos, expulsão maluca de Henrique contra o Grêmio.
Depois, o Mago vai de herói a expulsão na primeira partida. Thiago Heleno
lesionado no primeiro tempo da final em Curitiba.
Sim, mesmo com tudo isso, o Palmeiras é um time de sorte.
Sorte por ter uma escola de goleiros que faz justiça a “defesa que ninguém
passa”. Bruno entrou e sofreu a desconfiança de muitos. E garantiu um título
para todos.
Sorte de ter Betinho no ataque. Sim, sorte. Por mais
limitado que seja, quando as coisas apertavam na final, ele decidiu. Arrumou um
pênalti no primeiro jogo após o Coritiba dominar todo o primeiro tempo. Desviou
uma cobrança de falta para acabar com qualquer pressão do Coxa em busca do 2 a
0 e sacramentar o título palmeirense. Bendito apêndice.A prova de que, quando a
qualidade falta, a linha atacante palmeirense é feita de raça.
Quem mais sorte do que ter Marcos Assunção? Ouso dizer que
ninguém bate na bola como ele nas cobranças de falta ou escanteio. Cada
cobrança era um terror para os adversários. Um alívio para os palmeirenses. Ele
merecia esse título. Chegou sob uma baita desconfiança. Um velho que estava no
Grêmio Prudente. Foi vaiado, criticado. Porém, ele mostrou que passar por
barreiras é justamente sua especialidade. Se o Palmeiras conseguiu, foi graças
a bola parada. Mais uma vez. Há 14 anos, a arma era com Arce. Hoje, o trunfo é Assunção.
Ninguém merecia erguer mais este troféu do que ele. Ninguém.
Os pés dele comandavam o time. Ele queria esse título. Não só pelo filho. Por
uma torcida imensa, que canta e vibra.Por um alviverde inteiro que sabe
ser
brasileiro. Sabe ser o maior campeão nacional, com 11 conquistar.
Vale lembrar que o caminho teve outros personagens de sorte.
A predestinação de Mazinho, o iluminado do Olímpico. A volta da magia de
Valdívia, que marca presença importante em mais um título palmeirense. Os gols
de um pirata que ganhou a 9 e o respeito dos torcedores.
O gigante Palmeiras despertou pela vivência do seu hino. Para provar que ressurge o alviverde, sempre imponente. E mostrar que de fato é campeão!
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