O Palmeiras deu um passo muito grande para conquistar a Copa
do Brasil. Apesar de tudo o que aconteceu (expulsão sem lógica de Henrique
contra o Grêmio, apendicite de Barcos no dia da decisão, entre outros), o palmeirense
tem que concordar: o alviverde não é um time com muito juízo, com rara
qualidade; mas possui uma sorte imensa.
Como toda decisão, a partida teve seus personagens.
Começando por Bruno. O goleiro rodou, esperou sua hora e mostrou seu valor para
todo torcedor palmeirense. Não teve dúvidas ao sair nos pés de Junior Urso e
salvar logo no começo do jogo. Salvou em outras três oportunidades. Saiu como o
nome da partida e herói. Se não fosse ele.
Isso porque o Coritiba pressionou em todo o primeiro tempo. Marcou
bem a saída de bola palmeirense, aproveitou os erros de passe e falhas da
defesa para chegar ao ataque. As oportunidades apareceram. Um time com juízo,
mas sem sorte.
Outro personagem desta final já era esperado. Marcos
Assunção e sua arma letal, a bola parada, decidiram o jogo. O Palmeiras
praticamente não atacou no primeiro tempo. Quando chegou, foi com ele. Falta
pelo lado direito, bola na área e Betinho agarrou e foi agarrado por Jonas. O
árbitro deu pênalti.
Uma pausa para falar de outro personagem. O árbitro Wilton Sampaio
teve atuação horrível. Sem critérios ao marcar as faltas, ao dar cartões,
estava mais perdido que a marcação palmeirense no começo do jogo. Uma
arbitragem pífia. Nem tanto pelos lances polêmicos: o pênalti em Betinho é
duvidoso, assim como o reclamado em cima de Tcheco; o impedimento – se é que
houve – no toque de Thiago Heleno é complicadíssimo, já que desvia em Lincoln
primeiro. Mesmo assim, foi uma arbitragem fraca.
Voltamos ao jogo. Voltamos a bola parada. Tão decisiva na
era Felipão e nesse limitado Palmeiras. Valdívia cobrou e fez. Mostrou decisão.
Era ele quem chamava o jogo e tentava dar alguma lucidez no primeiro tempo. Porém,
foi tolo ao cair na bobeira de fazer faltas e reclamar com o árbitro.
Resultado: cartão vermelho e fora da final em Curitiba.
O segundo tempo tinha o mesmo retrato do primeiro, com o
Coxa muito melhor, porém com um Palmeiras um pouco mais organizado na parte
defensiva. Isso até a entrada de Lincoln e a saída de Everton Ribeiro. O
Coritiba perdeu velocidade. O Palmeiras cresceu no jogo. E conseguiu o segundo
gol com o fator já citado antes: bola parada, Marcos Assunção. A bola desviou
em Lincoln e Thiago Heleno mandou para o gol.
Fatura liquidada? Poderia ser se Maikon Leite não perdesse
um gol feito. Um 3 a 0 praticamente colocaria a faixa no peito dos palmeirenses.
A expulsão de Valdívia também não deixou a vitória ficar definida. Mas o
Coritiba estava nervoso e não conseguia chegar ao ataque.
Um time com mais sorte do que juízo. Você pode se perguntar: como pode ser sorte, se o Palmeiras perdeu
Barcos no dia da final, teve Valdívia expulso e Maikon Leite perdeu um
gol feito que poderia sacramentar o título? É que nem a sorte
palmeirense tem juízo.
O Palmeiras foi o de sempre. Felipão fez o time jogar dentro
do seu limite. E esperou a chance aparecer. Chance descrita como bola parada. Desta forma, o alviverde de Palestra Itália
colocou sim uma mão na taça. Mas ficou evidente que, se jogarem desta forma, o
Coritiba pode reverter o placar. Basta saber quem terá mais sorte. E juízo.
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