O dia da liberdade chegou. A Libertadores é do Corinthians. Acabou
o peso de nunca conquistar o maior título das Américas. Fim da espera. Fim da
pressão. O 4 de julho deixa de ser apenas especial para a Independência dos
Estados Unidos. Agora, deve ser marcado pela Liberdade da Nação Corintiana.
Cara de Libertadores? Eu não sei se a Libertadores tem uma
cara. Caso tenha, o Corinthians a teve. Não existe uma estrela, um jogador.
Existe um time. Por isso foi campeão.
O Corinthians aprendeu a jogar a Libertadores. Diferente dos
outros anos, quando era ganhar ou morrer, desta vez time e torcedor descobriram
que para ganhar a competição precisava de outros fatores. A paciência, a entrega,
o foco, a entrega. Tudo isso era muito mais importantes. E foi fundamental para
o titulo.
Sorte de campeão? Claro que o Corinthians teve. Os gols que
saíram no fim, desde o começo contra o Táchira até o de Paulinho contra o
Vasco. Os gols salvos no fim, como na partida contra o Emelec e contra o Boca,
na primeira partida. Além disso, tantos lances salvou de maneira incrível, como
aquele de Diego Souza. Até mesmo a estrela de um estreante tocar pela primeira vez
na bola e fazer um gol essencial. As coisas davam certo de tal forma,que o
final não parecia ser outro além do título.
Heróis? Toda história de triunfo precisa de alguns. E o
Corinthians teve os seus. Todos entram para história. Mas alguns vão além.
Danilo, com o gol decisivo contra o Santos e o passe de
calcanhar para Emerson fazer 1 a 0 no Boca, colocou seu nome na história.
Paulinho, o jogador que a bola procurou para fazer o gol mais importante da
caminhada na Libertadores, dando a vitória e a classificação sobre o Vasco.
Cássio, paredão que entrou numa fria e mostrou ter frieza de um grande goleiro.
Fez a defesa que valeu por muitos gols, quando ficou de frente com Diego Souza.
Romarinho: primeiro toque, primeiro gol que valeu por um caminho mais leve na
grande decisão.
Émerson vai além dos heróis. Virou mito. Já tem seu lugar ao
lado de Basílio no coração e na memória de todo corintiano. Jogou como o
próprio bando de loucos diz: maloqueiro e sofredor. Briguento, seja pela bola ou
com os adversários. Foi o grande craque corintiano. Artilheiro com cinco gols,
três deles nos últimos duelos – contra Santos e Boca.
Por fim, Tite. Ele é o retrato desse Corinthians. Que caiu
contra o Tolima.Que foi liberto contra o Boca. Muitos derrubariam o treinador
no revés histórico de 2011. A atitude diferente colhe os melhores frutos depois de mais de um ano.E o técnico ganhou a alma corintiana.
O torcedor corintiano merece comemorar. O título da Taça
Libertadores da América não é apenas mais uma conquista. É um grito de
liberdade que ecoa por toda uma nação alvinegra. Um bando de loucos que só
esperava a maior alegria depois de 100 anos de história.
Parece até que Socrátes, que sempre buscou a democracia
corintiana, se juntou com os deuses do futebol e pediu: 04 de julho: Dia da
Liberdade Corintiana.
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