Foi um dos melhores, se não o melhor jogo do Brasileiro. De
um lado um futebol ofensivo, provocante, que marcava bem e saia para o jogo. Do
outro, uma equipe mais pragmática, se defendendo e esperando a hora certa de
dar o bote, apostando na velocidade e no contragolpe.
Partida com vários destaques. Diego Cavalieri fez uma baita
partida. Sofreu sim os três gols, mas salvou em outras quatro oportunidades. Ronaldinho
não deixou o seu – apenas o gol anulado – mas deu duas assistências e conduziu
o Galo como maestro. Os dois times contam com velocistas: Wellington Nem e
Bernard, ambos em grande fase. Também têm seus matadores: Jô e Fred.
Além dos personagens, o jogo teve quase todos os elementos
de uma decisão. Bom público (mais de 20 mil pagantes), polêmica com arbitragem
(que acertou), três bolas na trave, virada e gol nos últimos minutos. Quer
mais?
Os números traduzem um pouco do jogo. O Fluminense finalizou
quatro vezes, marcou dois gols. Já o Galo chutou 27 vezes, parou seis em Cavalieri
e fez três gols, além de três bolas na trave. O alvinegro mineiro marcou bem e
roubou mais bolas. Por isso conseguiu pressionar. Flu destruiu mais, com 20
faltas contra nove do Atlético.
No geral, a partida foi toda do Galo. Ofensivo, comandado
por Ronaldinho, Bernard e as boas descidas de Marcos Rocha, o Atlético abusou
de perder gols. Chegou a fazer 1 a 0 em bela cobrança de falta de Ronaldinho.
Porém, o árbitro anulou corretamente o gol, já que Leonardo Silva empurra a
barreira, o que foi desnecessário, já que nada bloquearia a cobrança do R49.
Diego Cavalieri foi aparecendo. Salvou o Fluminense até onde
pode, em pelo menos três chances claras. Contou com a ajuda da trave duas vezes
– uma de Bernard e outra de Jô. O gol do Atlético não saia.
Veio o segundo tempo. E decisão precisa de uma velha máxima.
Desta vez, valeu o “quem não faz, toma”. Eram dez minutos. A primeira boa
descida do Fluminense, em contra-ataque. A bola caiu nos pés de Fred. O camisa
9 tricolor sabe decidir. Seja finalizando ou, como desta vez, deixando o
companheiro na cara do gol. O beneficiado foi Wellington Nem, que mandou no
canto. Fluminense 1 a 0, duas mãos na taça.
O Atlético não tinha outra saída. Pressionou, mandou mais
uma na trave (Leandro Donizete) e finalmente chegou ao empate. Após jogadaça de
Ronaldinho, ele puxou pelo meio, esperou e tocou para Jô fuzilar: 1 a 1. Eram
23 minutos. Tudo ficou na mesma.
Bastaram 13 minutos para a partida pegar fogo de vez.
Bernard fez bela jogada pela esquerda e cruzou de forma perfeita para Jô virar
o placar: Galo 2 a 1. Temos um campeonato.
Porém, o Fluminense é o líder. Foi ao ataque e na segunda
boa jogada, chegou ao segundo gol. Troca rápida de passes e a bola veio da
esquerda, rasteira, para encontrar os pés de Fred e morrer nas redes: 2 a 2. Fluminense seguia com uma mão na taça.
Para muitos, jogo decidido. Não para o Atlético, que
carregava ainda mais o trecho do seu hino que diz “vencer, vencer, vencer, esse
é o nosso ideal”. Ideal transformado em realidade aos 47 minutos do segundo
tempo.
A bola estava no ataque e voltou um pouco para encontrar
Ronaldinho. Olhar para a área. Eram dois homens lá dentro. Mas o herói do jogo
não aparecia ainda. Vinha correndo de fora, já consciente do ponto futuro. A
bola foi cruzada. Leonardo Silva correu e foi de encontro. Um cabeceio forte
como um chute estufou as redes. O gol da vitória. O gol que reabre o
Brasileirão.
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