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terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Queridinhos da América
Começou nesta terça-feira a fase de grupos da Taça Libertadores da América. Por mais que critiquem, que queiram comparar com a Champions League e tudo mais, não existe na América quem não queira ver o seu clube de coração dentro dessa competição. Serão 32 clubes divididos em 8 grupo de 4 equipes cada, classificando-se os dois primeiros para as oitavas-de-final.
Um pouco atrasado, segue uma rápida análise dos grupos, e os favoritos.
Grupo 1: Caracas/VEN, Cruzeiro/BRA, Real Potosí/BOL e San Lorenzo/ARG.
- A chave do Cruzeiro não é difícil pra quem já passou pelo bom Cerro Porteño na fase preliminar. O time de Adílson Batista é bom, e tem como destaques o bom volante Ramires, que já fez três gols contra os paraguaios, o meia Wagner e os atacantes Guilherme e Marcelo Moreno.
- O Caracas é um time a se observar, já que no ano passado ter conseguido se classificar a fase seguinte (estava no grupo do River Plate e foi eliminado pelo Santos) e tem como principal destaque o meia Alejandro Guerra e o atacante Bastianini. Takvez apronte alguma.
- Os bolivianos do Real Potosí tem como "craque" a altitude (que diga o Flamengo!): 3.960m que podem fazer o time somar alguns pontos. Mas só. Olho em Gatty Ribeiro, lateral, e em Sillero, atacante.
- Quem mais dará trabalho ao Cruzeiro é, sem dúvida, o San Lorenzo. E por vários fatores: ano de centenário do clube; trouxe dois reforços de peso: o habilidoso meia Andreas D'Alessandro e o experiente lateral Placente e mais o atacante Bergessio, vindo do Benfica; foi campeão do Apertura 2006/2007; e, por fim, tem um time entrosado.
Palpite: Sem zebras, dá San Lorenzo em primeiro e Cruzeiro em segundo.
Grupo 2: Danúbio/URU, Deportivo Cuenca/EQU, Estudiantes/ARG e Lanús/ARG.
- Vencedor de tudo no Uruguai, levando o Clausura e o Apertura de 2006/2007, o Danúbio merece atenção. Tem a qualidade do meia Cressceri e a segurança do experiente zagueiro Lembo e o selecionável goleiro Conde, que briga por uma vaga na Celeste com o goleiro Castillo, do Botafogo. E ainda tem, no banco, Derlis Florentín, ex-Palmeiras. Olho nos uruguaios.
- Mais um que usará a altitude como principal fator (Cuenca fica a 2.800m acima do nível do mar), o Deportivo é o azarão da chave. Depende muito do meia argentino Castillo e trouxe vários reforços para tentar surpreender. Mas não boto fé nos equatorianos.
- Campeão do Apertura em 2006, o Estudiantes perdeu alguns jogadores importantes, como o meia José Sosa, que foi para o Bayern Munique, e o atacante Pavone, hoje no Bétis. E, principalmente, aquele que teve peso na conquista: o técnico Diego Simeone, hoje no River. Hoje, o time comandado pelo ex-zagueiro Roberto Sensini, depende do experiente e fantástico Verón, e aposta no trio de ataque Salgueiro, Maggiolo e Piatti, que tem boa movimentação. E tem o zagueiro Leandro Desábato, conhecido pelo episódio com Grafite. O Estudiantes tem que entrar ligado.
- Atual campeão argentino (torneio apertura), com muita moral e motivado por passar da fase preliminar. Esse é o surpreendente Lanús, que vem para aprontar na Libertadores. Para isso, conta com a base do ano passado e com bons jogadores, como o meia Valeri, considerado por muitos o sucessor de Riquelme, o bom goleiro Bossio e o artilheiro Sand. E a aposta na base vai levar os grenás longe.
Palpite: Lanús em primeiro e Estudiantes ou Danúbio em segundo. Ainda não tenho certeza.
Grupo 3: Atlas/MEX, Boca Juniors/ARG, Colo-Colo/CHI e Maracaibo/VEN.
- Passando por um momento complicado e classificado após passar apertado pelo fraco La Paz, da Bolívia, na fase preliminar, o Atlas não deve ir além da primeira fase. O time é criticado no México, quase foi rebaixado na competição nacional e não tem muitas opções. O melhor é o atacante Marioni. Um time com nada de mais.
- O Senhor Libertadores dos últimos tempos vem para conquistar o sétimo título do torneio. Pra isso, o Boca Juniors conta com seu maior ídolo atual: Juan Román Riquelme. E não só com ele. Trouxe o o zagueiro paraguaio Julio Cesar Cáceres e o atacante Castromán, além de manter grande parte do time campeão ano passado. Um timaço, com Ibarra, Morel Rodríguez, Bataglia, Ledesma, Palermo, Palácio... É, sem dúvida e sem exagero, o maior favorito para a conquista da América.
- Gosto do time do Colo-Colo. Campeão dos últimos quatro Campeonatos Chilenos, o time tem um bom grupo e pode ir muito longe na competição. Tem um bom treinador, Claudio Borghi, se reforçou vem com o zagueiro chileno Ricardo Rojas , o meia paraguaio José Salcedo e o atacante argentino Lucas Barrios. E ainda conta com os bons alas Gonzalo Fierro e Daniel González. Com tudo isso, possui uma grande expectativa da torcida, e minha também.
- Na Venezuela o time é bom e mesmo com o futebol nacional crescendo, é díficil ver algo além da primeira fase para o Maracaibo. Tem nos reforços, o meia Jorge Rojas e atacante Armando Maita, a esperança de fazer o time ir além. Tem como destaques os meias Gabriel Urdaneta e Guillermo Beraza e conta com o goleiro Henao, ex-Santos e campeão da Libertadores pelo Once Caldas/COL. Mas, é díficil ver algo além.
Palpite: Boca em primeiro, Colo Colo em segundo. Sem dúvidas.
Grupo 4: Cienciano/PER, Coronel Bolognesi/PER, Flamengo/BRA e Nacional/URU.
- Mais conhecido pelo título da Copa Sul-Americana 2003 e pelos 3.360m de altitude da cidade de Cuzco, o Cienciano pode aprontar da mesma maneira que aprontou há 5 anos atrás. O que se pode esperar é um time rápido em casa, fechadinho fora e que pode aprontar.
- Primeira vez na competição, o Coronel Bolognesi é um time que não parece aprontar muito. É uma equipe que joga bem taticamente, mas faltam opções para levar o time a frente. Destaques para o meia-atacante Junior Ross e o goleiro Diego Penny, da seleção peruana. Nada mais.
- Muito bem reforçado, contando com uma Maracanã sempre cheio e com muita garra. Essa é a receita do Flamengo para chegar ao bi. É um elenco forte, com boa parte mantida do ano passado e com destaques para o goleiro Bruno, o lateral Léo Moura, o xerife Fábio Luciano, o excelente Ibson e o pentacampeão Kléberson. No banco, o idolatrado Joel Santana. E com a torcida extremamente empolgada. Soma-se tudo isso e coloque o Fla como um dos que podem levar o caneco.
- Apostando na tradição, os uruguaios do Nacional devem ser os principais rivais do rubro-negro. É uma equipe bem organizada, que sabe sair em contra-ataque e explorar bem as bolas na área. Tem nos meias Ligüera e Nicolás Bertolo, recém-contratado ao Boca, a esperança de corrigir as falhas de armação. E a tradição deve pesar.
Palpite: Flamengo e Cienciano. Time trancado sempre é um saco. Talvez o Nacional passe, mas fico com os peruanos.
Grupo 5: América/MEX, Univ. Católica/CHI, Univ. San Martin/PER e River Plate/ARG.
- Sempre dá trabalho, seja pela altitude da Cidade do México e, principalmente, pelos ótimos times que monta. O América é muito forte e mesmo não rendendo muito ultimamente, não será qualquer um que vai parar os mexicanos. O time conta com o fantástico goleiro Ochoa, os meias Villa e Mosqueda e o atacante matador Cabañas. Infelizmente, perdeu Federico Insua, que sofreu uma lesão no joelho e deve voltar somente em agosto. Mesmo assim, é outro que pode levar o caneco.
- De volta a Libertadores, a Univ. Católica terá muito trabalho pela frente para poder classificar. A classificação do time, segundo a imprensa chilena, foi uma surpresa, mas as contratações foram bem feitas, o que pode dar a firmeza que a equipe não tinha no fim de 2007. Entre os que chegaram está o meia Aílton, rebaixado com o Corinthians no Brasileiro passado, e a volta de Luiz Nuñez, atacante que estava no Peru. Os destaques ficam pelo habilidoso Darío Botinelli, que também chegou no ínicio do ano, e do experiente goleiro Buljubasich. Pode surpreender, no mínimo dará trabalho.
- Com apenas 4 anos de vida, a Univ. San Martin, do Peru, vem com o peso de ser o mais novo a disputar a competição. Com um bom sistema defensivo, o time do técnico Victor Conorado conta com a habilidade do meia Pedro Garcia e do atacante uruguaio Mario Leguizamón para chegar ao gol adversário. Mas não deve ir além da primeira fase.
- Tentando se reerguer e ganhar novamente o respeito no cenário sul-americano, o River Plate quer esquecer a pífia campanha do ano passado, onde foi o lanterna de seu grupo na primeira fase, e mostrar que é um forte time. O técnico Diego Simeone tem um grupo de qualidade e um quarteto de frente que impõe respeito, formado pelos meias Ortega e Alexis Sánchez (o queridinho da torcida) e os atacantes Falcão García e "El Loco" Abreu. Além deles, conta com o lateral Ferrari e o zagueiro Tuzzio para garantir segurança lá atrás. Com tudo isso, o River entra sim com credenciais de brigar pelo título.
Palpites: Grupo díficil, mas aposto na superação de River e América.
Grupo 6: Chivas/MEX, Cúcuta/COL, San José/BOL e Santos/BRA.
- Mesmo com o peso de ser um dos melhores do grupo, o Chivas pode não chegar muito longe. Motivo: os mexicanos normalmente dão preferência a Liga Mexicana. Mas tem time pra ir longe e chegar facilmente entre os quatro primeiros. Quase todos os jogadores já passaram pela seleção mexicana e tem uma base formada há alguns anos. Destaques para o bom goleiro Luis Michel e o atacante habilidoso e bom finalizador Omar Bravo. Olho também no meia Ramon Morales. Mias um mexicano que vai dar um trabalho dos grandes.
- Na primeira vez que participou da Libertadores, o Cúcuta chegou as semifinais, caindo contra o Boca Juniors, que seria campeão. Chegar ao mesmo lugar do ano passado não será fácil, principalmente pelo desmanche que aconteceu após a competição, mas é possível. Ainda poderá contar com o meia Macnelly Torres, que irá ao Colo-Colo após a disputa da Libertadores. E se reforçou com bons nomes, como o atacante Matías Urbano e o zagueiro Flávio Córdoba. A força do time está nos jogos em casa e pode fazer o time chegar a próxima fase.
- Coadjuvante. Esse é o papel do San José. É mais uma equipe que tem como trunfo a altitude (Oruro está a 3.700m). O time tem uma estrutura precária, e depende dos jogos em casa para conseguir algo. O time é comandado pelos meias Alex da Rosa, brasileiro, e Darwin Peña. Pouco, muito pouco.
- Leão terá um trabalhão para por o Santos na próxima fase. O grupo conta com dois adversários complicados (Chivas e Cúcuta) e o time ainda não ganhou a confiança da torcida (e de ninguém). A esperança está em os estrangeiros equatoriano Quiñonez, o argentino Trípodi, o colombiano Mauricio Molina e o chileno Sebastian Pinto mostrarem serviço e dar qualidade ao time. Os destaques que sobraram são o goleiro Fábio Costa e o atacante Kléber Pereira, além do recém contratado zagueiro Fabão. Não será nada fácil pro Peixa trazer o tri.
Palpite: Fico com Chivas classificado em primeiro e Santos e Cúcuta brigando pela vaga. Mas confio na força santista.
Grupo 7: Audax Italiano/CHI, Nacional de Medelín/COL, São Paulo/BRA e Sportivo Luqueño/PAR.
- O Audax Italiano já é conhecido da torcida são-paulina, onde o tricolor empatou com os chilenos nos dois confrontos na fase de grupos do ano passado. O time chileno tem pretensões maiores esse ano e quer passar para a próxima fase. E tem time para isso. Tem um camisa 10 de respeito: o jovem Carlos Villanueva, de 22 anos, titular da seleção chilena e que joga muita bola. Só que o atleta não anda muito satisfeito, já que não foi autorizado a transeferir-se para fora (Palmeiras, CSKA e Real Sociedad fizeram propostas). O time depende dele e sua vontade em campo pode fazer grande diferença. Fiquem de olho no volante Broli, que parece ser bom jogador. Os chilenos podem complicar e, se alguém vacilar, ir além.
- Com tradição e um título de Libertadores (1989), o Nacional aparece como favorito a conseguir a vaga, junto com o São Paulo. Não vejo muito assim, mas tem o mesmo estilo de 89 e 95 (quando foi vice): futebol rápido, ofensivo, com toques curtos e envolventes - como o futebol colombiano sempre foi. E tem uma boa espinha dorsal, com os jogadores Ospina, Zúñiga, Moreno, Mendoza e Vélez, todos da seleção colombiana. Olho em Murillo, que mesmo não sendo titular absoluto, joga bem. Vai brigar por vaga, mas precisa jogar mais fora de casa.
- Em busca do tetra. Esse é o foco do São Paulo para essa Libertadores. O time, que já era bom, se reforçou bem, embora o técnico Muricy Ramalho tenha um grupo pequeno nas mãos. Destaques no tricolor não faltam: no gol, Rogério Ceni, ídolo maior da torcida. Na zaga, a segurança de Miranda. No meio, a boa dupla Richarlyson e Hernanes. E no ataque, o Imperador Adriano. A falta de peças é uma preocupação, mas o São Paulo entra como forte candidato ao título, embora não tenha moleza na primeira fase.
- De volta a competição depois de 24 anos, o Sportivo Luqueño demonstra uma diretoria confusa e que só investiu no time após protestos dos torcedores. Segundo a própria imprensa local, o time não é bom para uma Libertadores. Os destaques estão na dupla de ataque que foi contratada: Lazaga e Gigena. Do resto, é esperar pra ver. Deve ser o mais fraco do grupo.
Palpites: São Paulo e Audax Italiano. Sem muito o que declarar.
Grupo 8: Arsenal/ARG, Fluminense/BRA, LDU/EQU e Libertad/PAR.
- Campeão da Copa Sul-Americana 2007, o Arsenal pode não ser o time dos sonhos, com estrelas e destaques ao monte, mas é um time bem montado pelo técnico Gustavo Alfaro e times assim sempre se dão bem na competição. Conta com a boa fase do experiente atacante Calderón para fazer o mesmo que fez na Sul-Americana, quando passou por San Lorenzo, Chivas, River Plate e América do México: surpreender.
- O Fluminense vem sendo um dos mais badalados clubes do Brasil nesse início de temporada. Não pelo futebol apresentado em campo, mas sim pelos reforços trazidos. Principalmente onde pode ser o trunfo dos cariocas: o trio de ataque, formado por Washington, Dodô e Leandro Amaral. São, sem dúvida, artilheiros. Mas se os três jogando juntos dará certo, ainda não se sabe. O time é forte, contando com o meia argentino Dário Conca, que veio do rival Vasco; com um Thiago Neves em grande fase; com o zagueirão Thiago Silva, que pra mim é o melhor do país na posição, e o ótimo volante Arouca. Enfim, Renato Gaúcho tem em mãos um time que pode dar certo, se sair do papel e provar tudo o que promete. Pelo que tem, o Flu pode até pensar em título.
- Atual campeão equatoriano, a LDU vem com um ótimo time para tentar, quem sabe, repetir a campanha de 1976, onde chegou a semifinal. E não é exagero dizer que pode fazer isso. Uma porque é mais um que conta com a bendita (ou maldita) altitude Quito, que fica a 2.850m acima do mar. Outra porque se reforçou bem e manteve peças importantes. Tem como goleiros o experinte Cevallos e o titular da seleção equatoriana, Daniel Viteri. No meio, tem Luis Bolaños e Manso, e com o experiente e bom Iván Kaviedes podendo jogar mais recuado, já que no ataque o time tem dois ótimos jogadores: Agustín Delgado e o recém contratado Claudio Bieler. Com tudo isso e a altitude, não dá pra sonhar alto?
- O Libertad é o típico "time encardido", daqueles ruins de se bater. Eliminado nas quartas-de-final no ano passado pelo Boca Juniors, o time tem metas ambiciosas: ir além. E conta com um grupo entrosado e que traz o reforço de Nelson Cuevas, atacante que vem para melhorar o setor do time. Além dele, alguns jogadores são destaques e vem sendo convocados para a seleção paraguaia: o lateral Balbuena, os volante Cáceres (olho nele) e o atacante Aquino. Mais um time que pensa grande, e pode pensar mesmo.
Palpites: Esse é o "grupo da morte", do qual todo mundo quer ver. Opinar aqui é difícil e que me perdoem os tricolores, mas aposto em LDU e Arsenal.
Volto na quinta para comentar a rodada inicial.
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