O Cruzeiro está na final da Copa Libertadores. Com inteligência, superou o Grêmio e se garante, com justiça, na decisão da competição. Pela frente, o Estudiantes, rival de primeira fase. Com gosto de chamar a Raposa: o Trem Azul vai em busca do Tri.
Em Porto Alegre, o time mineiro tinha boa vantagem, devido o 3 a 1 da primeira partida. O Grêmio teve ao seu lado uma torcida que fez a festa. Cantou do início ao fim e buscou apoiar a equipe em cada momento. Precisando do resultado, o tricolor foi para o abafa desde o começo. Para melhorar, o Cruzeiro errava passes e dava sinais de nervosismo no início. O Grêmio investiu nas bolas alçadas na área, buscando os argentinos Herrera e Maxi Lopez. O time criava grandes oportunidades, mas pecava na hora de concluir. Aos 28, o time gaúcho reclamou pênalti de Leonardo Silva em Herrera, mas o árbitro Oscar Ruiz nada marcou.
Aos 34, surgiu o diferencial do Cruzeiro. O time não jogava bem, poucas vezes atacava, mas em um lance de lucidez de Kléber, saiu o gol que, de certa forma, definiu o jogo. O Gladiador foi esperto, se livrou da marcação de Fábio Santos, invadiu a área e cruzou para Wellington Paulista escorar: 1 a 0. Para matar de vez a pressão gremista, dois minutos depois, Jonathan cruzou e Wellington Paulista apareceu livre, em posição legal, e mandou de cabeça para as redes: 2 a 0.
Retrato parecido da final da Copa do Brasil. Os gaúcho tinham 45 minutos para marcar cinco gols. Missão difícil, ainda mais com o Cruzeiro voltando mais organizado e tranquilo, tocando a bola e matando o tempo. Mesmo assim, o Grêmio foi para um novo abafa. Herrera fez a primeira jogada para incendiar o time. Aos sete, bateu cruzado e Fábio fez boa defesa. Dois minutos depois, Tcheco cobrou escanteio e Réver, de cabeça, diminuiu: 2 a 1. Porém, aos 14, em um contra-ataque, Adílson fez falta dura em Wagner e, como era último homem, foi corretamente expulso. Era o balde de gelo.
O time parou. Buscava apenas em bolas alçadas, mas chegava com pouco perigo. Aos 29, ainda veio o empate. Souza bateu de fora e mandou no canto, em um belo gol: 2 a 2. E ficou nisso. O Cruzeiro foi inteligente e matou a partida. Fim de jogo: Cruzeiro na final.
Sobre o caso Elicarlos. O Grêmio deve ser severamente punido, com perda de mando em grande parte das partidas, seja no Brasileirão, e principalmente nas competições internacionais. Infelizmente, essa deve ser a atitude. Por culpa de alguns seres - que não podemos mencionar como humanos - que se dizem torcedores. Para mim, e para a maioria, torcer está no que grande parte da torcida tricolor fez ontem: incentivar, cantar, festejar, apoiar o tempo todo. Não está em menosprezar um homem por sua cor. Chegamos ao absurdo nos gramados. Além da violência, nos enfrentamos agora uma violência mais suja, que é o preconceito racial. Quando menos se espera, o homem consegue ser mais mesquinho e menos humano. Lamentável.
Voltando ao futebol. Lá vai o Cruzeiro. Contra todos que duvidavam da Raposa, o time chega à final da Libertadores. Chega bem, com moral e convencendo. Tem time com cara de Libertadores. Um elenco que sabe mesclar qualidade, tática e raça. Um bom goleiro, alas que apoiam bem, uma zaga que, se não é totalmente confiável, tem feito seu papel. No meio, um quarteto que sabe sair jogando e marca muito bem. E no ataque, o seu diferencial: Kléber. Como eu disse em outras análises, é o jogador brasileiro com a cara da competição. Raçudo e com habilidade. Ao seu lado, algo que deve ser considerado: Wellington Paulista cresceu na hora certa, e isso pode fazer a diferença. Adílson Batista é um grande treinador e não consigo entender o porque parte da torcida celeste não confia nele. É alguém que se preparou para ser um bom técnico. E tem conseguido isso.
Pela frente, o Estudiantes. O menos esperado entre os argentinos. Que já chegou na final da Sul-Americana ano passado. Não fizeram uma primeira fase convincente, mas cresceram na hora certa. Despacharam três surpresas para chegar a decisão: Libertad, Defensor e Nacional. Os uruguaios foram despachados com duas vitórias. Podemos sim dizer que teve um caminho teoricamente mais fácil que o Cruzeiro. Mas, conduzidos por Verón e Boselli, tem um time perigoso. Deve dar trabalho. Com certeza, dois grandes jogos. Porém, o Cruzeiro tem mais cara de campeão.
Ps: Abraço especial para Clitía Milagres, parceira do PB, dona do ótimo blog "A Bela e a Bola" e apaixonada pelo Cruzeiro.
2 comentários:
Olá Rodrigo...
Uma excelente partida onde nos primeiros minutos o cruzeiro mal passou do campo de defesa, mas essa agonia durou pouco..huhuhu.
Estamos nooa final da Libertadores e também acho que temos grandes chances de sermos TRI.
Obrigada pela lembrança e carinho
bjs
Muito bom título,kLÉBER Jogou pouco ontem..né? ahahha ele simplesmente acabou com o jogo, e o cruzeiro, acima de tudo foi oportunista!!
Que duelo teremos na final , Veron + Salgueiro X Wagner + Kleber, simplismente sensacional , eh final de libertadores,
Abraço
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