O jogo: os dois times vieram a campo com três atacantes, fato em que Muricy surpreendeu, lançando Dagoberto no ataque e Rodrigo como lateral - ou Junior Cesar como meia. Mano veio com o time esperado. O que não surpreendeu foi as inúmeras jogadas de ataque iniciadas pela esquerda, com a dupla Jorge Wagner e Junior Cesar. Washington e Borges iam levando a melhor sobre a zaga corintiana, mas parava nas más finalizações ou nas boas defesas de Felipe. O Corinthians tentava levar o jogo no "banho-maria", já que tinha a vantagem de empate. A melhor chance veio com Ronaldo, mas Bosco fez boa defesa. O alvinegro travava o meio-campo e esperava um contra-ataque, mas nenhum com perigo apareceu na primeira etapa.
No segundo tempo, os primeiros quinze minutos valeram por todo o jogo. Logo no primeiro minuto, Borges mandou uma cabeçada certeira no travessão de Felipe. O São Paulo cresceu, mas ainda não saia das mesmas jogadas: aberto pela esquerda ou buscando um lance de pivô da dupla de ataque. O contra-ataque que o Corinthians esperava veio aos 10 minutos: Douglas pegou uma sobra de escanteio tricolor e conduziu a bola para o ataque. Ele dividiu com Dagoberto e a bola sobrou para Ronaldo na esquerda, que encontrou Jorge Henrique livre pelo lado direito. O baixinho atacante invadiu a área e mandou na trave. Na sobra, Douglas, que havia iniciado a jogada, completou pro gol escancarado: 1 a 0 Corinthians! Nem deu tempo para o tricolor sentir o baque do gol. Dois minutos depois, Cristian acertou grande lançamento para Ronaldo, que numa arrancada, digna dos bons tempo do Fenômeno, ganhou de Rodrigo na corrida e deu um tapa na bola antes de Bosco chegar: 2 a 0 Timão! O gol matou o jogo. O São Paulo buscava o ataque de maneira desorganizada, sem conseguir escapar da marcação. O Corinthians abusava das trocas de passes, mas não chegou com perigo. Entre um "olé" e outro da torcida, Rodrigo entrou de forma dura em Dentinho e foi expulso, aos 38 minutos. Foi só esperar acabar. Corinthians na final.
A partida mostrou uma fragilidade no São Paulo que venho apontando algum tempo aqui: o time joga muito igual e depende demais das alas. Não é a falta de um camisa 10, mas alguém precisa chamar mais o jogo no meio. Não sei se é opção tática de Muricy atuar assim. Outro ponto é que Zé Luis faz falta a equipe nessa variação pelos lados. No Corinthians, Mano ousou e parece ter achado o melhor do time, com três atacantes. Douglas voltou a jogar o que sabe. Ronaldo mostrou - e calou a boca de muitos - que ainda é decisivo. Com tudo isso, a torcida pode voltar a gritar o "não para, não para, não para". É nesse ritmo que o invicto Corinthians chega a final do Paulistão.
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