Publicidade

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Libertadores: Quando a raça se sobrepõe a técnica

Os primeiros confrontos das quartas-de-final da Libertadores comprovaram isso. Na competição sul-americana, a raça sobrepõe a técnica muitas vezes. Foram quatro jogos de muita pegada, marcação, disputa e poucos gols. Não dá para bobear.

- No Mineirão, o duelo de brasileiros. Em um jogo de muita marcação e poucas chances claras de gol, o Cruzeiro saiu na frente e venceu o São Paulo por 2 a 1. O primeiro tempo foi de muita disputa e poucas chances reais dos dois times. A primeira boa oportunidade foi do Cruzeiro, com Gerson Magrão chutando de fora, mandando a bola rente a trave de Dênis. A Raposa sofria a ausência de Wagner na armação, enquanto o Tricolor não tinha uma boa chegada ao ataque.

Aos 34, Ramires arriscou, Dênis espalmou e a bola quase entrou ao bater em André Dias. Com maior posse de bola, o time mineiro só conseguiu chegar ao primeiro gol aos 44. Henrique bateu de fora e o goleiro do São Paulo mandou para escanteio. Na cobrança, o zagueirão Leonardo Silva subiu mais que todo mundo e fez: 1 a 0 Cruzeiro.

A etapa final foi mais aberta, visto que o São Paulo saiu em busca do empate. O Cruzeiro voltou com Athirson no lugar de Thiago Ribeiro, machucado. Isso deixou a Raposa com pouca movimentação na frente, dando espaços para o time paulista. O gol do tricolor veio aos onze minutos. Dagoberto tentou de cabeça, Fábio espalmou, Washington pegou a sobra, girou e bateu para o gol. Leonardo Silva tentou mas não conseguiu salvar: 1 a 1.

Após sofrer o empate, Adílson Batista desfez a bobagem do intervalo e colocou o atacante Zé Carlos no lugar de Gérson Magrão. Bendita substituição. Aos 19, o atacante recebeu na entrada da área e mandou uma bomba, alto, no meio. O goleiro Dênis ainda tocou na bola, mas não conseguiu evitar: 2 a 1 Cruzeiro!

Muricy resolveu mecher e colocou uma nova dupla de ataque: André Lima e Borges. Porém, quem assustou foi Eduardo Costa, que bateu de fora e obrigou Fábio a fazer bela defesa. O Cruzeiro respondeu com Athirson, em cobrança de falta, onde Dênis defendeu. A última grande chance foi do São Paulo, com André Lima, mas Fábio salvou mais uma vez. Fim de jogo: 2 a 1 Cruzeiro!

Grande resultado da equipe mineira. Totalmente reversível para o São Paulo. Isso significa que teremos um jogão no Morumbi. Vale mencionar os lances lamentáveis de Miranda, ao dar um tapa em Ramires e, principalmente, de Richarlyson chutando Jonathan caído no chão. Lances em que o árbitro Carlos Chandía não poderia deixar barato.

- Em partida complicada, o Grêmio arrancou um bom empate contra o Caracas, na Venezuela, por 1 a 1. Bom porque o Tricolor não jogou bem e sofreu com as investidas dos venezuelanos. O gol do Caracas saiu logo aos dois minutos de jogo. Rey cobrou falta pela esquerda e o lateral Cichero subiu para fazer: 1 a 0.

Através das bola alçadas na área, o Caracas chegava com perigo ao gol de Victor. Na melhor chance, o goleirão gremista fez uma incrível defesa após chute de Cichero, na grande área. Enquanto isso, o Grêmio era um time totalmente desorganizado em campo, com uma defesa mal posicionada, os laterais recuados e os meias Tcheco e Souza sumidos na partida. Com isso, só chegou uma com certo perigo, através de cabeçada de Maxi Lopez, após cruzamento de Jonas. O goleiro Vega fez a defesa.

O intervalo fez bem à equipe gremista. Paulo Autuori deve ter conversado com o time e acertou os erros, principalmente o posicionamento em campo. Mesmo sem dominar a partida, conseguiu chegar duas vezes com perigo. Uma com Fábio Santos, que invadiu a área e mandou por cima. E, a melhor delas, com Souza cobrando falta e acertando caprichosamente a trave de Vega. O gol de empate só veio aos 29 minutos. Em jogada ensaiada, Tcheco mandou falta na área, Fábio Santos veio de trás e fez, de cabeça: 1 a 1. O gol esfriou o jogo, junto com o sistema de irrigação que disparou logo após o empate. Isso mesmo: os irrigadores dispararam e molhava o gramado e os jogadores, que aproveitavam para se refrescar. Como bem disse Paulo Autuori, o futebol venezuelano não tem que evoluir apenas dentro de campo, mas também fora, sendo mais organizado.

Um empate bom para o Grêmio, que tem tudo para se classificar em casa. O Caracas é um bom time, mas não um bicho-papão. Logicamente que todo cuidado é pouco, se tratando de Libertadores.

- No Uruguai, o Estudiantes deu um importante passo rumo as semifinais, ao vencer o Defensor por 1 a 0. Resultado que deixa o time argentino com boa vantagem para o jogo de volta, em casa.

O Defensor começou o jogo pressionando, mas parou no goleiro Mariano Andújar. Aos poucos, o time argentino foi conquistando espaço e chegou com perigo. Primeiro, aos nove, quando Boselli cabeceou livre para grande defesa de Martin Silva, que salvou mais uma vez no rebote de Desábato. Porém, o goleirão não conseguiu evitar o primeiro gol do Estudiantes. Aos 12, Verón cobrou falta e Desábato aproveitou o desvio para fazer: 1 a 0. O jogo esquentou e, aos 26, Curbelo, do Defensor, e Angeleri, do Estudiantes, foram expulsos após trocarem agressões. Quatro minutos depois da confusão, o time uruguaio quase chegou ao empate com Navarro, que cabeceou com perigo. Aos 32, Boselli quase fez o segundo, mas Martin Silva mostrou a boa fase que vive e fez a defesa.

Após o intervalo, o Estudiantes continuou em busca de ampliar o placar. Logo aos três, Boselli recebeu belo passe de Véron, mas tocou para fora. O atacante argentinou era o melhor em campo. Aos 23, mandou no travessão. O Defensor até tentou o empate, mas na melhor chance, aos 33, parou em Andújar, após chute de Mora.

Resultado justo e que poderia ser ainda maior para o Estudiantes, que apresenta uma evolução muito grande na competição. Passou com méritos pelo Libertad e apresentou um bom futebol frente ao Defensor, mesmo atuando fora de casa. Com isso, põe um pé nas semifinais. Mas, como o Defensor já eliminou o Boca em La Bombonera quando ninguém esperava, é bom ser precavido.

- Por fim, fechando os jogos de ida das quartas-de-final, o Palmeiras ficou apenas no empate contra o Nacional, do Uruguai. Um jogo onde o que mais chamou atenção foram as "invenções" de Luxemburgo durante a partida.

O Palmeiras começou com o esquema que deu certo nos jogos decisivos da equipe, o 3-6-1, com Diego Souza mais adiantado, fazendo companhia a Keirrison no ataque. Com isso, conseguiu iniciar o jogo pressionando o time uruguaio, mas só no início. Aos oito, o volante Souza chutou de fora da área, mas o goleiro fez segura defesa. Depois disso, o Nacional cresceu na partida e por muito pouco não abriu o placar. Primeiro, em um chute de fora da área de Romero, que Marcos defendeu esquisito. Depois, aos 13, Coates cabeceou, após cobrança de escanteio, e obrigou o goleiro palmeirense fazer boa defesa. Logo depois, foi a vez de Romero tentar de cabeça, mandando a bola para fora, assustando a torcida alviverde.

Aos 28, começaram "as invenções do Professor Luxa". Ele resolveu fazer duas alterações de uma só vez: Obina (!) no lugar de Souza e Marquinhos no lugar de Fabinho Capixaba. Obina entrou após pedidos da torcida. Mostrou raça, vontade e só. Porém, o Palmeiras conseguiu adiantar o time e segurou o Nacional no campo de defesa. Aos 40, a grande chance do primeiro tempo. Cleiton Xavier tocou para Diego Souza, que mostrou toda categoria de deixou de letra para Keirrison. O K9 entrou livre e bateu cruzado, com a bola passando perto da trave. O zero persistiu no placar na primeira etapa.

O Palmeiras voltou do intervalo disposto em fazer o primeiro gol. Logo no início do segundo tempo, Marquinhos arriscou de fora da área e mandou para fora. Porém, aos 10, o gol veio: Keirrison recebeu na área e fez o trabalho de pivô, rolando para Diego Souza vir de trás e chutar firme, rateiro. O goleiro Rodrigo Muñoz não conseguiu defender: 1 a 0 Palmeiras! Como era esperado, o gol incendiou a torcida, porém, não o time, que tinha posse de bola, mas não chegava com perigo.

Aí o "professor Luxa" apareceu novamente. Resolveu sacar Keirrison para colocar Jumar (!). Isso fez o time perder poder de frente. O castigo veio aos 35. Santiago García, que tinha entrando um pouco antes, recebeu com liberdade entre os zagueiro e deu um tapa na bola, sem chances para Marcos: 1 a 1. Após sofrer o empate, o alviverde foi com tudo para cima, em busca do segundo gol. O máximo que conseguiu foi mais um chute de Marquinhos para fora. Fim de papo: 1 a 1, vaias e gritos de "burro" para Luxemburgo.

Meus questionamentos: por que Obina? Segundo o "professor" Luxemburgo "Pardal", para motivar o time emocionalmente. Melhor que colocar Ortigoza, que vem entrando bem e está entrosado? Por que colocar Jumar no lugar de Keirrison, muito melhor que Obina no jogo? Aliás, por que Jumar continua no time? Erros que causaram um resultado ruim para o Palmeiras. Mesmo com tudo isso, vale dizer que o Nacional não me parece tão superior assim. São dois times iguais. Só que o alviverde precisa sair da mesmice para conseguir a vaga. Isso se descreve em saber usar os lados dos campos. Se não fizer isso, será vitíma fácil. Meu palpite: novamente, decisão nos pênaltis.

2 comentários:

Clítia Milagres disse...

Raça...a principal caracterísitca do time do Cruzeiro esse ano. E foi com raça que vencemos e que vamos conseguir a classificação para a próxima fase.

O autor disse...

Somos de um blog-diário esportivo golaço, que informa e faz análises dos jogos do futebol nacional e internacional, além de colunas de torcedores-jornalistas.Somos estudantes do Ensino Médio e queremos também parcería de divulgação.Aí segue op link do nosso blog:http://diarioesportivogolaco.blogspot.com
E-mail : diarioesportivogolaco@homtail.com
Querem parcería?
Aguardamos sua resposta.
Abraço.