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quarta-feira, 6 de maio de 2009

Verdão larga na frente

Palmeiras e Sport abriram ontem as oitavas-de-final da Copa Libertadores, em um jogo tipíco da competição e, mais ainda, de decisão: muita garra, marcação, jogo tático e um golzinho só. Gol esse que pode valer muito para o Verdão seguir em frente. Gol esse que saiu mais uma vez dos pés de Cleiton Xavier. Porém, o nome do jogo foi Ortigoza.

Luxemburgo surpreendeu na escalação. Veio com Marquinhos no lugar de Souza e com apenas dois zagueiros, retornando Willians ao time titular. Pierre, que era dúvida, também estava em campo. Com isso, o Palmeiras mesclava entre o 4-3-3 e o 4-2-3-1. Essa mudança pegou o Sport de surpresa. A equipe pernambucana demorou cerca de 15 minutos para se acertar em campo, tempo que o alviverde aproveitou para pressionar. A grande chance de abrir o placar veio logo aos cinco minutos. Diego Souza cruzou e Keirrison, com um belo toque, acertou o travessão de Magrão. Mas o grande problema palmeirense até aqui foi mais uma vez exposto. Não estou falando da zaga, que atuou com tranquilidade nessa partida. O problema é a afobação em querer decidir a partida logo. Isso gerou uma certa desorganização nas jogadas de ataque. Resultado: tinha a posso de bola, mas não concluia.

Depois que o time pernambucano conseguiu se acertar na marcação, ficou mais difícil. O Sport tentava explorar o lado esquerdo de ataque, jogando Dutra nas costas de Wendel e aporveitando da velocidade de Wilson. Porém, pouco fez. O Palmeiras voltou a assustar aos 24 minutos. Keirrison colocou entre as pernas de César e bateu para fora, passando perto do gol. O único lance de perigo do rubro-negro - fora os vários cruzamentos de Paulo Baier, que obrigava Marcos e a zaga cortar - foi em um belo chute de Wilson, que obrigou Marcos a fazer boa defesa. Os donos da casa tentaram de toda forma, mas não conseguiam passar pela boa defesa pernambucana. Fim de primeiro tempo: zero a zero, e o torcedor palmeirense, que lotou o Palestra, deu sinais de impaciência com o time. Principalmente com a dupla Willians e Marquinhos. Diego Souza não conseguiu se encontrar no esquema e Cleiton Xavier, mais recuado como segundo volante, pouco podia auxiliar. O esquema que deu certo no começo perdeu poder ofensivo.

Ao contrário do que se esperava, Luxa não veio com alterações. Nelsinho também não. A única mudança que Vanderlei fez foi Marquinhos passar a jogar pela direita e Willians pela esquerda. O segundo tempo começou com o alviverde pressionando novamente. Aos sete, Marquinhos recebeu de Keirrison e chutou cruzado. A bola passou por Magrão, mas César salvou quase em cima da linha. Em seguida, Cleiton Xavier cobrou falta na área, mas ninguém desviou. Digamos que foi um ensaio. O experiente time do Sport ia travando o jogo e tentando deixar a partida, que seguia em um ritmo incrível, mais morna. Os treinadores começaram a mecher por volta dos 25 minutos do segundo tempo. Nelsinho colocou Ciro e Luciano Henrique no lugar de Vandinho, machucado, e Daniel Paulista. Luxemburgo tirou a (fraca) dupla Willians e Marquinhos e colocou Mozart e Ortigoza. Com isso, o time passou a jogar em um 4-4-2, com dois volantes e dois meias. Quem deu nova cara a partida foi o paraguaio Ortigoza. Em pouco mais de cinco minutos em campo, fez mais que a dupla ex-Vitória.

Aos 30 minutos, veio a jogada crucial. O paraguaio fez jogada pela direita e sofreu falta dura de Hamilton. Como já tinha amarelo, o volante acabou sendo expulso. Na cobrança, Cleiton Xavier bateu para a área e a bola desviou de leve em Ortigoza, que matou Magrão: 1 a 0 Palmeiras! Ainda não vi se o gol foi mesmo dado para Cleiton Xavier ou para o paraguaio. O certo é: 1 a 0 Verdão! Com um a mais e na frente no marcador, o esperado era que o alviverde conseguisse pressionar para chegar ao segundo gol. Porém, mais uma vez a afobação foi inimiga. Mesmo assim, aos 45, Diego Souza recebeu cruzamento e cabeceou bem. A bola caprichosamente acertou a trave de Magrão. Keirrison quase conseguiu completar. Sorte dos pernambucanos. Fim de papo: Palmeiras 1 x 0 Sport.

O retrato do jogo: O Sport não incomodou e, ao meu ver, conseguiu o que esperava: perder pelo placar minímo. Contou com a sorte e leva o confronto em aberto para a Ilha. Já o Palmeiras começou muito bem, mas parou na forte marcação pernambucna. Mais uma vez friso que a afobação vem atrapalhando o time. Como bem disse Osvaldo Pascoal ontem, na transmissão da Rádio Globo: velocidade é diferente de pressa. É o que tem acontecido com a garotada palmeirense nos jogos em casa. Keirrison precisa aparecer mais e, principalmente, desencantar. E a dupla Willians e Marquinhos não convencem. Será que chegou a hora de Ortigoza? Pode ser. Um fator não explorado por ambas equipes: os alas. Wendell fez muito bem a marcação, mas apoiou timidamente. Armero foi abaixo do esperado, sem criatividade e com cruzamentos horríveis. No Sport, Moacir ficou mais e Dutra subiu, mas também sem eficiência.

Está tudo aberto, mas o gol palmeirense e, principalmente, não ter tomado nenhum faz o time de Palestra ir com boa vantagem para Recife. Particularmente, vejo o Palmeiras com mais time para passar de fase. Porém, a experiência e o fator campo podem ser fundamentais para essa decisão. Um jogaço! Anotem aí: Ilha do Retiro, dia 12 de maio, terça-feira, às 20h15. Não perca.
Imagens: Terra Esportes

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